141 FILOMENA DA CUNHA (14/05/1905)

"Rosalina Filomena da Cunha e Soares Rebelo, nome literário Filomena da Cunha nasceu em Goa - Santa Cruz em 17 de Maio de 1908. Filha do escritor, jornalista e comerciante Joaquim João da Cunha e de Rosa Maria da Cruz foi uma das feministas pioneiras na ex-colónia portuguesa da Índia, onde se notabilizou pelos seus escritos nos jornais locais e pela sua participação em Portugal Feminino de cuja revista foi Delegada na então Índia Portuguesa.
Filomena da Cunha frequentou o Curso Secundário na University of Cambridge de 1923 a 1925 bem como o Curso de Piano e Música do Trinity College of Music, de Londres, em Secunderabad na Índia. De 1927 a 1930 foi aluna do Curso de Medicina da Medical School, Agra (Índia), que interrompeu devido ao paludismo. Nessa época a jovem iniciou a sua colaboração na imprensa de Goa, nos jornais O Herald, Jornal da Índia, e O Independente e ainda de Lisboa, da citada revista Portugal Feminino, por um período de sete anos.
Entre 1937 a 1938 fez o Curso de Guarda-livros e Contabilidade na London Chamber Commerce e de Fellow do Instituto of Book-keepers, de Londres. Nesse mesmo ano fundou e dirigiu o Instituto de Comércio e Taquigrafia em Margão. A partir de 1939, após a morte do pai e até ao casamento, tomou o seu lugar na gestão da sua firma J. J. da Cunha Nova Goa. Interessou-se por várias matérias, percorreu diferentes currículos, desde música, medicina e contabilidade, etc. Foi atenta à causa das feministas e foi interveniente nessas lutas, divulgando-as através dos seus escritos, teses, conferências e encontros.
Filomena Cunha casou em 1 de Dezembro de 1941 com Domingos José Soares Rebelo tendo o casal estabelecido residência no Quénia, onde entre 1942 e 1945 foi professora de contabilidade e estenografia da escola júnior e sénior na localidade de Mombaça. A partir dessa data o casal vai para Lourenço Marques onde vive até 1975, ano em que chega a Portugal. De 1976 a 1980 habita na Vila da Nazaré e depois em Alcobaça, onde veio a falecer no dia 1 de Fevereiro de 2007.
Deve-se ao seu marido, historiador Domingos José Soares Rebelo, a colectânea dos seus escritos dispersos na imprensa a que deu o título de Ao Sopro das Brisas Fagueiras do Índico, e que foi publicada em Alcobaça no ano de 1997. No prefácio o marido refere-a como a então paladina feminista de Goa e afirma que o grande valor desses seus escritos vêm do facto de estarem ainda hoje actualizados, em relação às lutas das mulheres nos países onde a legislação não é efectivamente democrática."...
em http://www.umarfeminismos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=35%3Arosalina-filomena-da-cunha-e-soares-rebelo&catid=12&Itemid=34
em http://